A Igreja Católica sempre usou as cinzas em sua liturgia. Esse uso é baseado em passagens bíblicas e tem sua origem no Antigo Testamento.
Uma das passagens da qual a Igreja se inspira esta no livro de Ester – Est 4, 1. Lá está escrito que Mardoqueu se vestiu de saco e cobriu – se de cinzas quando soube do decreto do Rei Asuer I, da Pérsia, que condenava todos os judeus a morte.
Outro livro que também fala das cinzas como uso penitencial é o Jó. Na ocasião, Jó, mostra seu arrependimento vestindo-se de saco e se cobrindo de cinzas – Jó 42,6. O livro de Jó foi escrito entre VII e V a.C. O profeta Daniel também fala das cinzas. “Volvi – me para o Senhor Deus a fim de dirigir – lhe uma oração de súplicas, jejuando e me impondo o cilício e as cinza”, Daniel 9, 3. Daniel fala isso profetizando a invasão de Jerusalém pela Babilônia.
No livro de Jonas, a população de Nínive proclamou jejum e todos se vestiram de saco, inclusive o rei, que também se sentou sobre as cinzas – Jn 3, 5-6.
Jesus Cristo em seu evangelho também falou sobre cinzas. No evangelho de Jesus segundo Mateus está escrito assim: “Ai de ti Corozaim! Ai de ti Betsaida! Por que se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e as cinzas” – Mt 11, 21.
Para a igreja esse sentido penitencial das cinzas abre a quaresma, que para a fé Católica é período de jejum, oração e penitencia. As cinzas usadas neste dia são resultados da queima dos ramos do Domingo de Ramos do ano anterior.
Quando na celebração/missa as cinzas são impostas com os seguintes dizeres: “Recorda-te que és pó e em pó te converteras” ou “Arrepende-te e crede no Evangelho”.
Ao aceitar a imposição das cinzas o cristão expressa duas realidades fundamentais. A primeira premissa é que somos criaturas mortais. “Você é pó, e ao pó voltará”, diz o livro de Gênesis. A segunda premissa é a conversão ao Evangelho. Depois de reconhecer que somos pó e ao pó voltaremos reconhecermos a boa nova de Cristo como nosso manual de vida.
Mais leituras sobre as cinzas
Vários livros da Bíblia falam sobre as cinzas como sinal de transitoriedade – Nm 19; Hb 9, 13; Gn 18, 27; Jó 30, 19 – e como sinal de luto – 2Sm 13,19; Sl 102,10; Ap 19,19 – e ainda como penitência – Dn 9,3; Mt 11, 21.
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